quarta-feira, 18 de novembro de 2009

COMPLEMENTO NOMINAL versus ADJUNTO ADNOMINAL

Amigos, hoje recebi a seguinte pergunta: Como diferenciar complemento nominal (CN) do adjunto adnominal (AA)?

Parece tarefa simples, mas na prática pode complicar um pouco.... vamos navegar pelos conceitos:

COMPLEMENTO NOMINAL: termo que, precedido de preposição, completa o sentido de um substantivo, adjetivo ou advérbio. Exerce para o nome a mesma função que o complemento verbal desempenha para o verbo. Veja os exemplos:

Concesionárias intensificam a venda de carros usados.

No caso acima o termo "de carros usados" é o complemento nominal de "a venda". Transforme o substantivo "venda" em verbo e veja como ficou a sentença:

Vender carros usados é o novo negócio das concessionárias

Vender = verbo transitivo direto
Carros usados = objeto direto (complemento verbal)

O CN pode ser representado por um substantivo ou expressão substantivada, pronome, numeral ou oação:

Os adversários perderam o respeito pela seleção
Essa notícia foi desconcertante a todos
Tal atitude foi benéfica aos dois
Correu a notícia de que Zumbi estava vivo

Lembrando que se o pronome for átono, o complemento nominal não virá precedido de preposição.

Foi-lhes favorável.

ADJUNTO ADNOMINAL: termo que especifica ou delimita o significado de um subtantivo. Por exemplo: Festa gastronômica agita Búzios.

O AA pode ser expresso por um adjetivo, locução adjetiva, artgo, pronome adjetivo, numeral ou oração:

Catedral de Curitiba vai ter vigilância eletrônica
Bolsas de estudo para cursos a distância
A genética supera os preconceitos
A tristeza tem seus significados
Um balão pode voar até sete mil metros de altura
As florestas acreana, que concentram uma das maiores quantidades de recursos biológicos do planeta, estão sendo alvos da biopirataria internacional.

Bom, mas e ae?? Como saber se estou diante de um CN ou AA?

1) Se a locução vier associada a adjetivo ou a advérbio, ela será sempre complemento nominal, uma vez que o adjunto só modifica o substantivo:

Sua pesqisa é útil a todos

Útil = adjetivo
A todos = complemento nominal

2) Se a locução vier associada a um substantivo será adjunto adnominal quando o referente for concreto ou se se essa locução puder ser transformada em adjetivo:

Vaso de porcelana = substantivo concreto + adjunto adnominal
Livro de geografia = substantivo concreto + adjunto adnominal

3) Se a locução vier associada a um substantivo será complemento nominal, se for o pacienta da ação ou adjunto adnominal se indicar o agente da ação expressa pelo nome:

Amor de pai = neste caso o termo "de pai" é adjunto adnominal pois "pai" é agente de amar (o pai ama; pai = sujeito).

Amor ao pai = a expressão "ao pai" exerce a função sintática de complemento nominal, haja vista "pai" ser o paciente da ação (amo o pai; pai = objeto direto).


Espero ter clareado a mente em relação ao assunto... Em nova oportunidade faremos alguns exercicios sobre a matéria em questão.

Beijos e abraços
Fridi.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

ALGUNS ASPECTOS FONOLÓGICOS NA PRODUÇÃO DA ESCRITA

Cada língua dispõe de um número determinado de unidades fônicas cuja função é determinar a diferença de significado de uma palavra em relação a outra (MUSSALIM & BENTES, 2006). Por exemplo, a palavra [‘kasa] “caça” diferencia-se de [‘kaza] “casa” pelo uso de uma fricativa alveolar surda [s] em “caça” e uma sonora [z] em “casa”.


Para Silva (2009) o fonema deve ser tratado como uma unidade mínima de análise que tem um papel contrastivo e concreto na investigação linguística, ou seja, é a menor unidade fonológica da língua de que se trata.

Nos estudos de Trubetzkoy (apud MUSSALIM & BENTES, 2006) a “fonética procura descobrir o que de fato se pronuncia ao falar uma língua e a fonologia o que se crê pronunciar, considerando o fonema como a imagem acústico-motora mais simples e significativa de uma língua”. A questão é que toda língua possui um número limite de sons que tem como função primordial diferenciar os significados de uma palavra. Tais sons ocorrem em uma sequência linear e combinam-se entre si em conformidade com as regras fonológicas de cada língua.

A relação entre letras e sons dado pelo princípio acrofônico, segundo o qual no inicio de cada letra encontra-se o som que a letra (CAGLIRARI, 1999), representa a chave da decifração das letras do alfabeto, mas indica somente um dos possíveis sons.

E como nem sempre é fácil identificar um fonema e grafar a palavra de maneira correta pode-se utilizar de alguns testes, a saber:

  • OPOSIÇÃO: Ao substituir dois fones ocorrer em mudança lexical, então poderemos considerar que os dois fines sejam fonemas. Lembrando que é necessário que a unidades em questão sejam pares mínimos, ou seja, apresentem itens lexicais idênticos contendo somente uma única diferença em um elemento da sequência.
[m] em mar e [p] em par

[b] em bar e [m] em mar

[f] em fala e [v] em vala

  • DISTRIBUIÇÃO COMPLEMENTAR: Os fonemas de uma língua permitem diferenciar o significado das palavras, daí que realizações fonéticas diferentes de um mesmo fonema não podem ocorrer em contraste, essas diferentes realizações são conhecidas como alofones.  As autoras Mussaim e Bentes (2009) explicam que o principal critério para agrupar os alofones como variantes de um fonema é a distribuição complementar que estabelece que quando dois fones ocorrerem em ambientes mutuamente exclusivos, eles poderão ser considerados alofones de um mesmo fonema.  Para compreender a distribuição complementar é importante lembrar que os sons estão fadados a serem afetados pelo contexto lingüístico, ou seja, podem sofrer influência dos efeitos dos sons vizinhos, da posição de ocorrência em unidades maiores, do efeito de elementos supra-segmentais ou de informações de índole lexical e gramatical.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Análise do conto: O PENTÁGONO DE HAHN

O Pentágono de Hahn (Nove, novena. Osman Lins) apresenta-nos uma nova maneira de narrativas onde várias vozes, várias histórias, interagem em uma única linha cronológica, mas não assumindo a linearidade habitual com constante mudança de foco narrativo.


Ao ler a obra, nos deparamos com várias reflexões que ecoam em nossa consciência. Vamos ao encontro do amor possível, do amor incompreendido, do amor desejado, do amor sofrido, do amor platônico, do amor proibido, da solidão, do sucesso, do fracasso, da vida, da morte. A vida é um ensaio para a morte ou a morte é um preparo para a vida?

As vidas dos personagens nos demonstram os conflitos presentes na sociedade, os devaneios da mente humana e as paixões não conhecidas. Buscam saídas, soluções, percepções sobre o cosmo, sobre a origem e o porquê do fim. Apresentam o início, mas não o fim. As narrativas não apresentam um desfecho, bom ou ruim, apenas demonstram que a os conflitos, angústias da vida continuam no interior de cada ser.

O conto foi estruturado em cinco micronarrativas independentes emitidas por cinco narradores que se revezam em sete turnos durante o texto. Cada narrador, representado por símbolos, aparece seis vezes ao longo da narrativa, demonstrando o caráter geométrico e equilibrado do conto. São os narradores: O menino; o celibatário; a anciã; a moça e o homem fracassado.

A narrativa é aberta pela descrição do espetáculo de Hahn, uma elefanta, narrado pelo menino e pelo celibatário, ora separadamente ora em conjunto. Interessante o uso do símbolo epifânico da elefanta no conto percorrendo todo o texto com o intuito de revelar para cada personagem a sua mediocridade perante a vida.

Diz a mitologia Hindu que o Deus Genasha, com seu corpo de homem e cabeça de elefante, representava a sabedoria e o intelecto e que era símbolo das representações lógicas. Seus quatros braços são as representações dos atributos do corpo sutil (mente, intelecto, ego e consciência) os quais funcionam em nó. Essa alegoria utilizada pelo autor no conto demonstra a necessidade dos personagens em superar seus limites e objetivar o sentido da vida.

A primeira micronarrativa representa o cotidiano de duas irmãs, idosas e virgens, que cuidam do irmão padre bastante debilitado em sua saúde. Helônia, irmã da narradora, sempre recusa o convide da irmã em ir ver Hahn, mas se apaixona por Nassi Latif, causador dos conflitos entre as duas. Com a partida de Nassi, Helônia cai do profundo desespero e envelhecimento acabando por suicidar-se, e assim, no dia da partida da Elefanta, a irmã narradora enfrenta sozinha a morte do irmão e o suicídio da irmã.

A segunda conta a história de amor censurado entre a moça de vinte anos e Bartolomeu, um adolescente de doze anos. O primeiro encontro dos dois ocorre quando veem a Elefanta pela primeira vez e a separação no momento de sua partida.

Em seguida a narrativa do homem fracassado que retorna, por um fim de semana, à cidade natal em uma busca pelo seu passado, suas origens, porém percebe que se equivocou que essa ida ao passado seria um ideal para a sua vida, buscando na escrita o preenchimento da lacuna de suas carências. Tanto na chegado à cidade natal quanto a sua partida depara-se com Hahn e passa a refletir sobre o presente.

A narração do celibatário é uma fotografia da solidão e como a sua fascinação pela elefanta o move para romper o seu estado solitário e as frustrações de nunca conseguir. E por último a história do incompreendido menino pela família e perseguido pelos companheiros que se apaixona por Adélia, mulher casada.

Este menino passa por dois processos durante a narrativa. A transformação de menino para homem e a sua trajetória no objeto criador, representado pela admiração do narrador pelo papagaio utilizado por um empresário para anunciar o Pastoril e por fim provacando-lhe o desejo de fazer algo semelhante.

O jogo narrativo do conto estabelece uma dinâmica entre os eixos temáticos que ora são comuns e em outros momentos isolados. Assim, a presença de Hahn amarra as narrativas em uma única linha representando o passado, presente e futuro (como o símbolo desenhado na testa de Genesha) e as frustrações que os personagens vivem durante esse continuum do tempo. Atrelados a essa fronteira os temas solidão, transmutação, erotismo, criação e amor se fazem presentes nas narrativas.

Essa justaposição dos temas e oposição entre os modos de narrar enfatizam o modo não linear da narrativa e justificam o nome dado ao conto. O pentágono (um poligno de cinco lados) é representado pelos diferentes pontos de vista dos narradores aglutinados em um único eixo, a vida (Hahn).

Para Entender o Texo

Amigos!

Hoje pela manhã tive uma longa conversa com uma amiga de trabalho sobre as provas de interpretação de texto para concurso. É sei que são complicadas, mas não impossíveis.

Sugiro que estudem pelo livro PARA ENTENDER O TEXTO, de Platão e Fiorin, da editora Ática. Super completo, com várias lições e exemplos os autores demonstram todo o processo de metalinguagem, de estrutura narrativa, de coesão e coerência necessários na produção da escrita.




O melhor será juntar um grupo e estudar lição por lição, e sempre com uma gramática ao lado. Afinal temos que compreender as regras de sintaxe e morfologia também.

Beijos e abraços
Bons estudos!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Breve comentário sobre o ensaio "A Literatura contra o Efêmero" de Umberto Eco

Amigos, publiquei o comentário abaixo no site http://www.recantodasletras.com.br e posto aqui também. Eu particularmente adorei as teorias de Umberto Eco.

O que é a literatura? Qual o seu propósito em nossas vidas? Por quê nos identificamos tantos com os personagens que fazem/fizeram parte de nossa existência? São perguntas reflexivas como essas que Umberto Eco provoca em nossos mais íntimos pensamentos ao ler seu ensaio.


Quem foi Odisseu? Será que minha vida é uma odisséia? Don Juan; Don Quijote, Romeu, Julieta e diversos outros personagens ganharam vida por intermédio de palavras escritas ao longo da história da humanidade. A literatura deve ser momentânea ou duradoura? Deve ser um ato criativo ou uma lição para toda a vida?

O ensaio A literatura contra o efêmero apresenta uma discussão, ou melhor, uma reflexão sobre o atributo imutável, imaterial da obra literária, tanto quanto os dogmas religiosos que influenciam nossas vidas sociais e mantêm nosso patrimônio coletivo, ou como define a psicanálise, nossos arquétipos.

Vivemos em um paradoxo que apresenta dois tipos de conquistas literárias: a eterna e a imediata. Esta última, tão presente entre nossos jovens, é uma literatura virtual que transita on-line entre computadores de todo o mundo, criando personagens ou até mesmo alterando a ‘vida’ dos já criados. Quem nunca pesou em alterar a história de A bela adormecida para que não sofresse tanto? Essa é a era do hipertexto que, conforme apresenta Umberto Eco, nos permite viajar dentro da história e nos tornamos co-criador das narrações, alterando-as até o infinito de nossa imaginação.

Mas não é essa liberdade de expressão criativa que o autor defende em seu ensaio, e sim a luta da literatura contra a momentaneidade desse novo universo. A essência imutável da narrativa provoca no leitor desejos muitas vezes experimentados somente na ação da leitura, convive com sua ansiedade, medo, espasmo, excitação e amor. Amor pelo desconhecido mundo que adentramos quando se aprecia uma obra. Se a obra escreve o autor, então nós somos lidos por ela quando estamos na figura do leitor.

Os personagens definem nosso comportamento, pois queremos ser estes seres vivos em um mundo tão distante e tão perto. Desejamos jogar o jogo proposto pela obra e adjetivamos vários seres para nosso mundo. Sofremos de complexo de Édipo, possuímos um comportamento quixotesco, um ciúmes otelano, uma dúvida hamletiana ou nos sentimos um patinho feio.

E isso tudo é errado? Complexo? Equivocado? De forma alguma. Para Umberto Eco o leitor deve aceitar o destino dos personagens e compreender toda a cosmogonia por trás do mundo narrativo. Ao ler a obra, identificamos a nossa própria vida, a nossa existência e aprendemos a experimentar as impossibilidades de alterar a estrada que percorremos, e por isso que não devemos alterar a história, e sim aprender com ela. Lembremos sempre que a literatura é um exercício de criatividade e liberdade, e principalmente uma lição para a vida e para a morte.


OBS: O ensaio "A literatura contra o efêmero" de Umberto Eco foi publicada pela Folha de São Paulo, caderno "Mais", de 18.02.2001.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Distribuição Complementar.

Ontem eu tive o prazer de conhecer o princípio da fonologia Distribuição Complementar da melhor forma que um estudante pode imaginar.   Em uma prova!

É sério! A quarta questão da minha prova de prática de análise da linguagem II perguntou qual o princípio da fonologia que explica o fato pelo o qual as crianças, quando no estágio de alfabetização, escrevem "medeco" e não "médico". É... ontem eu não sabia, mas hoje eu sei.

A distribuição complementar é o principal critério para agrupar os alofones como variantes de um fonema. Ahh, mas o que é alofone? Alofones são as diferentes realizações fonéticas de um fonema, ou melhor dizendo, são as variações fonéticas.

É um conceito maravilhoso, mas que irei detalhar em outro momento... ainda estou passado com o fato de eu não ter sido devidamente apresentado a este princípio tão simples antes do dia em que tive que demonstrar como ele funciona.

Mas para quem é super curioso e não vai aguentar esperar, leia o livro Introdução a Linguistica 1: domínios e fronteiras, dos organizadores Fernanda Mussalim e Anna Christina Bentes. O capítulo 4 é dedicado aos estudos da fonologia e apresenta vários princípios e conceitos interessantes.

sábado, 24 de outubro de 2009

O Ser Consciente

"As realizações externas podem acalmar as ansiedades do coração, momentaneamente, não, porém, erradicá-las, razão por que o triunfo externo não apazigua interiormente"

Esta é uma obra da série psicológica do espírito Joanna de Ângelis que faz parte da trilogia iniciada com o O Homem Integral e Plenitude.
São livros que estudam a psique humana e os fatores que constituem o Ser em todas as esferas da sociedade, do sentimento e do amor. Livro que começo a ler este mês com muita ansiedade para descobrir os mistérios do autoconhecimento.
Bom, esta foi a sugestão de livro de hoje.

Um início

Bom....

Amigos, iniciamos mais um dia, mais uma semana, mais um mês, mais um ano... mais uma vida! E por que não mais um blog?

Relutei um pouco em criar um blog, ficava imaginando qual o sentido de fazer isso, mas depois de várias pesquisas na internet e descobrir muitas coisas sem sentido, sem bom senso... É resolvi criar um para compartilhar pensamentos sobre literatura, filosofia e linguistica.

Para quem gosta, como eu, seja bem vindo!

Odisseia: uma questão homérica

A Odisseia de Homero é um convite à busca do nosso interior, da nossa descida ao inferno e refazimento moral apresentando seus personagens em volto de uma viagem fantástica em mundo maravilhoso para retornar a casa.
Longe de ser somente uma ficção narrativa, esta obra é um relato sobre a vida na Grécia, uma descrição detalhada dos costumes cotidianos daquele povo, que foi um dia, os mais sábios existentes.
Escrito em um dialeto chamado Linear B, a Odisseia abriu as portas para o conhecimento, ou melhor, o autoconhecimento, a superação. Seu personagem protagonista, Odisseu, apresenta as características de um herói que supera seus limites em busca do objetivo. Representa toda a vontade de atingir uma meta, de seguir os instintos e superar os obstáculos.
A Odisseia descreve verso após verso, como Odisseu (que sabia exatamente onde queria chegar), exercitou e colocou à prova seus limites, suas relações interpessoais e suas habilidades. Ele não era um gestor empresarial, mas como tal, comandava uma equipe. Mesmo os “não líderes” na profissão, em algum lugar o são. Responsáveis de alguma forma por alguém ou alguma coisa é certo que, em determinados momentos defeitos e qualidades serão confrontados e postos à prova.
Mas não eram somente heróis que existiam na Odisseia. Havia heroínas, como Penélope. Quantas mulheres não gostariam de ser iguais a ela? Bonita, fiel, firme e inteligente. Penélope foi um ícone na história, que enfrentou todos na esperança de seu marido retornar de uma guerra acabada há dez anos. Não podemos nos esquecer de Areta, rainha dos Feácios, que detinha o poder da pacificação e influência nas decisões do reino. O mudo feminino de Homero versa sobre a figura honrada da mulher.
De um ser humano capaz de dar a vida a uma geração de heróis, de guerreiros.
Neste pequeno texto, tentamos convidar o leitor a descobri o Odisseu e a Penélope que existe dentro de cada um. Revelarmo-nos como pessoas fortes e objetivas, destemidas e crentes em nossa figura como Deuses, como senhores do nosso destino.