segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O Rebelde

Um Anjo em fúria qual uma águia cai do céu, Segura, a garra adunca, os cabelos do ateu
E, sacudindo-o, diz: "À regra serás fiel!"
(Sou teu Anjo guardião, não sabias?) És meu!

Pois é preciso amar, sorrindo à pior desgraça,
O perverso, o aleijado, o mendigo, o boçal,
Para que estendas a Jesus, quando ele passa,
Com tua caridade um tapete triunfal.

Eis o amor! Antes que a alma tenhas em ruínas,
Teu êxtase reaviva à glória e à luz divinas;
Esta é a Volúpia dos encantos Celestiais!"
E o Anjo, que a um tempo nos exalta e nos lamenta,

Com punhos de gigante o anátema atormenta;
Mas o ímpio sempre diz: "Não serei teu jamais!"